Pode parecer estranho, mas algumas pessoas realmente têm apego ao sofrimento. Isso ocorre porque viver o sofrimento apesar de ser doloroso traz o conforto de estar sempre no mesmo lugar, o sofrimento então se torna um lugar conhecido, um lugar em que de certa forma já estamos “acostumados” a estar.

Apesar da dor vivenciada, o sofrimento traz consigo algum ganho inconsciente, seja o ganho de receber consolo, seja o ganho de ter atenção das pessoas a sua volta, ou seja, o ganho de viver superficialmente sem precisar olhar para dentro de si, sem precisar olhar realmente para o que está causando todo o sofrimento, portanto, de alguma forma a pessoa está se beneficiando do sofrimento mesmo que não pareça, por isso para algumas pessoas é tão difícil sair desse lugar porque ela já está acostumada a sofrer, mas se esse sofrimento for embora, como ela vai reagir?

As pessoas que vivem com esse apego ao sofrimento geralmente são pessoas que têm uma visão de si muito depreciativa acompanhada de uma crença de que são insuficientes e não merecem ser felizes, logo, sem perceber passam boa parte da vida no piloto automático tentando provar para si mesmas que essa crença é verdade usando como estratégia a estagnação, ou seja, viver esse sofrimento dia após dia.

De que forma isso pode ser mudado?

A única maneira de modificar essa situação é entrando em contato com os conteúdos dolorosos que realmente estão por trás desse sofrimento, é preciso ter um olhar mais atento para nosso interior, só assim começaremos a caminhar para a mudança.

O processo terapêutico pode ser um grande aliado nessa jornada. Através da psicoterapia é possível que o individuo tenha uma melhor compreensão de si mesmo, dos seus comportamentos e da maneira que ele se percebe no mundo. A psicoterapia pode auxiliar o indivíduo a dar novos significados as suas vivências e ter uma vida mais leve tornando-se assim o protagonista da sua história.